Produção industrial demonstra recuperação lenta variando +0,1% em abril com queda acumulada de 3,4% no ano

Foto: Freepik

No mês de abril a produção industrial subiu 0,1%, terceiro mês consecutivo de taxa positiva, acumulando elevação de 1,4% nesse período. No ano, porém, o setor apresenta retração de 3,4%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (3).

Frente a abril do ano passado, a produção recuou 0,5%. A estimativa do mercado financeiro ficava em torno de uma aceleração de 0,1% no mês e encolhimento de 0,8% na comparação anual. O IBGE também revisou o dado de março, que passou de avanço de 0,3% para 0,6%.

Apesar de estar dentro das projeções do mercado, os números apontam que a indústria segue enfrentando dificuldades, com uma evolução recente e lenta.

De acordo com André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a melhora no comportamento da indústria nos últimos três meses está relacionada ao fim das restrições sanitárias, ainda que o movimento seja suave e insuficiente para compensar a queda de 1,9% observada em janeiro. “Mesmo que nos últimos 6 meses a indústria tenha mostrado 5 taxas no campo positivo, ainda assim está 1,5% abaixo de fevereiro de 2020 e 18% abaixo do ponto mais alto da série, em maio de 2011”, destacou o especialista em nota.

Macedo enfatiza que a recuperação da indústria ainda é dificultada por uma série de fatores, como crescimento do custo de produção e escassez de matérias-primas. “Os juros elevados dificultam o acesso ao crédito e inibem os investimentos, a inflação em patamares elevados diminui a renda das famílias, o mercado de trabalho ainda não se recuperou e a massa de rendimentos não avança. Assim, há menor recurso por parte das famílias para que a demanda doméstica alavanque o consumo e a produção”, diz.

Em abril, das 26 atividades monitoradas no setor, 16 apresentaram aceleração, com ênfase para coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, relata o IBGE. Essa atividade registra alta de 4,6%, após dois meses consecutivos de regressões, quando acumulou queda de 2,6%.

Outras atividades que colaboraram para a oscilação positiva de abril foram: bebidas (5,2%) e outros produtos químicos (2,8%), diz o Instituto.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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