Mercado estima IPCA em 7,11% ao fim de 2021 e Selic deve ir a 7,50%

Foto: Lkzmiranda/Pixabay

Divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (23), o Relatório Focus, que concentra as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos do Brasil, se distanciou ainda mais das metas estabelecidas pela autarquia para o ano corrente. 

Segundo os economistas das mais de 100 instituições ouvidas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – principal ferramenta para mensurar a inflação no país -, deve encerrar 2021 em 7,11%, ante os 7,05% projetados no último levantamento. Com isso, as estimativas para o indicador tiveram a vigésima semana consecutiva de alta. A meta seguida pelo BC é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual – entre 2,25% a 5,25%. Para 2022, a projeção avançou de 3,90% para 3,93%.

Já as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) foram reduzidas de 5,28% para 5,27%. A diminuição também foi observada na projeção para o próximo ano, de 2,04% para 2,00% – sendo a terceira revisão para baixo consecutiva no relatório. 

Com relação à taxa básica de juros da economia brasileira – a Selic -, os economistas mantiveram a projeção de 7,50% para o ano corrente e também para 2022. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, foi anunciada a alta de um ponto percentual na Selic, chegando aos 5,25% ao ano. Dando continuidade no ciclo de alta da taxa, o comitê deve aumentar novamente a meta em um p.p em seu próximo encontro, em meados de setembro.

A projeção para o dólar permanece em R$ 5,10 para 2021 e R$ 5,20 para o ano seguinte. A moeda norte-americana inicia a semana operando na máxima de R$ 5,37, dado o risco político e institucional advindo da crise entre os Poderes e a repercussão no mercado de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria se arrependido de ter apoiado o projeto de autonomia do BC.

Por outro lado, os economistas elevaram a previsão de superávit da balança comercial brasileira em 2021 para US$ 70 bilhões, ante os US$ 69,7 bilhões do último levantamento. Para 2022, o saldo comercial estimado foi de US$ 63,5 bilhões, com crescimento de US$ 700 milhões.

Por fim, o relatório estima que o ingresso de recursos externos por meio do Investimento Direto no País (IDP) deve permanecer em US$ 54 bilhões neste ano. Já para 2022, o índice recuou US$ 990 milhões, chegando aos US$ 66,00 bilhões.

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