Temperatura alta na Índia afeta o mercado mundial de trigo

Foto: Freepik

Do outro lado do mundo, na Índia, uma forte onda de calor fez com que os termômetros registrassem 50°C. Desde março, altas temperaturas têm impactado as produções de trigo do país, segundo o governo indiano.

Para reduzir as consequências dos preços locais do produto, o governo indiano divulgou no último sábado (14) o bloqueio das exportações de trigo.

De acordo com o que foi informado pelo governo, serão permitidas somente as exportações lastreadas em cartas de crédito já emitidas e também para países que solicitem suprimentos “para atender às suas necessidades de segurança alimentar”.

A falta da matéria-prima no mercado global, pode pressionar os países produtores de grãos a subir os preços da fabricação externa. O que fará com que os cidadãos paguem valores maiores também na hora da compra.

Não só os alimentos à base de trigo como pães, massa e farinha devem sentir o impacto. A falta do grão pode influenciar também os preços da carne, pois a criação de animais é afetada já que o gado se alimenta de trigo.

A cadeia de desabastecimento global de grãos é afetada ainda pela guerra no leste europeu. De acordo com as autoridades mundiais de agricultura, com o bloqueio das exportações indianas, a expectativa é ocorra um desabastecimento global — o que, para o Brasil, pode ser bom financeiramente, já que é um dos maiores exportadores de trigo.

Em 2022, as exportações do agronegócio brasileiro superaram US$ 10 bilhões em no segundo mês do ano e quebraram o recorde para o mês. As exportações do cereal ultrapassaram as importações: US$ 246,3 exportados (836,6 mil toneladas), ante US$ 141,58 milhões importados (498,8 mil toneladas).

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2022, as exportações recordes de trigo, em valor e em volume (1,48 milhão de toneladas; + 184,2%), registraram como principais destinos: Arábia Saudita (US$ 85,63 milhões; 19,6% de participação); Marrocos (US$ 68,16 milhões; 15,6%); e Indonésia (US$ 65,70 milhões; 15%). O Paraná é responsável pelo equivalente a quase metade da produção de trigo brasileira e 30% do volume de moagem.

“As nossas cultivares no Brasil melhoraram muito em termos de qualidade nos últimos anos então a gente espera um ganho de produtividade e um aumento da área plantada. Então estamos otimistas que a safra seja excelente”, disse Paloma Venturelli, vice-presidente do Sinditrigo-PR.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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