Renda média retrai e registra mínima histórica nas regiões metropolitanas

Foto: @rafapress/Freepik

De acordo com os dados da sétima edição do boletim Desigualdade nas Metrópoles, no Brasil R$ 1.378 foi a renda média registrada no último trimestre de 2021, tornando-se o menor valor em 10 anos, ou desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.

O levantamento foi feito em parceria por pesquisadores da PUC-RS, do Observatório das Metrópoles e da Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), com base em informações da Pnad Contínua trimestral, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Opostamente do analisado em um primeiro momento da pandemia, quando a retração da renda média foi influenciada pela queda dos rendimentos dos mais pobres e dependentes do trabalho informal, a deterioração nos últimos trimestres tem sido influenciada principalmente pelo impacto da inflação entre aqueles que tem uma renda maior.

Segundo o estudo, a renda média domiciliar per capita ao final do ano passado ainda era 10,2% inferior ao patamar pré-pandemia. No primeiro trimestre do ano retrasado estava em R$ 1.535. Na máxima da série histórica, o valor atingiu 1.568.

Em relação a desigualdade, medida através do coeficiente de Gini – que oscila de 0 até 1, sendo mais elevada quanto maior for a desigualdade –, caiu para 0,602 na média das metrópoles, o mesmo valor observado no primeiro trimestre do ano retrasado, antes da pandemia se alastrar, apontando uma reaproximação do patamar pré-pandêmico, porém ainda longe da melhor marca, de 0,566 do final de 2014.

No último trimestre do ano passado, pela primeira vez, a queda de rendimento em relação ao patamar pré-pandemia foi mais elevada para o estrato do topo da pirâmide de renda do que para a faixa dos mais pobres.

De acordo com a pesquisa, a renda média per capita dos 40% mais pobres, que estava em R$ 195 no fim do ano retrasado, cresceu para R$ 239 no final do último ano. Ao mesmo tempo, a média entre os 10% mais ricos recuou de R$ 6.917 para R$ 6.424 em 12 meses.

No começo do surto de Covid, os 40% das pessoas com salários menores chegaram a perder cerca 32% da renda proveniente do trabalho, já o rendimento médio dos 10% mais ricos caiu apenas 2,5%.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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