Com melhora no setor de serviços, PIB brasileiro sobe 1% no 1º TRI

Foto: Agência Brasil/Marcello Casal Jr

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou avanço pelo segundo trimestre seguido, influenciado principalmente pela elevação no setor de serviços, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão foi de 1% em relação ao quarto trimestre de 2021. Já frente ao primeiro trimestre do último ano, o crescimento foi de 1,7%. Em valores correntes, o PIB alcançou no período R$ 2,249 trilhões.

Este é o terceiro resultado positivo seguido, depois do recuo no segundo trimestre de 2021 (-0,2%). O avanço, contudo, foi menor que o registrado no 1° trimestre do ano passado (1,1%).

Com o crescimento de 1%, o PIB agora está 1,6% superior ao nível do quatro trimestre de 2019 (pré-pandemia), e 1,7% inferior ao observado no primeiro trimestre de 2014, o pico mais elevado da atividade econômica do país.

O IBGE também revisou o resultado do quarto trimestre do ano passado, que foi de 0,5% para 0,7%. O dado do terceiro trimestre também avançou, indo de uma ligeira aceleração de 0,1%, ante queda de 0,1% divulgado previamente.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador usado para medir a evolução da economia.

Segundo o IBGE, a alta vista no primeiro trimestre foi influenciada pelo crescimento de 1% nos serviços, que corresponde por 70% do PIB do país e o que mais sofreu impactos com a pandemia do Covid-19. Apesar da contínua subida da inflação e dos juros altos, o setor ainda tem encontrado espaço para recuperação. O maior avanço no setor veio da categoria “outros serviços” (2,2%), que englobam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação.

Ainda no setor de serviços, também ocorreu elevação de 2,1% na categoria “transporte, armazenagem e correio”, puxada pelo crescimento do transporte de cargas e de passageiros, “principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda represada na pandemia”, completa Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

O consumo das famílias avançou 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o do governo ficou equilibrado (0,1%). No primeiro caso, “a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, pontuou Palis.

Na contramão, o investimento na economia brasileira recuou 3,5% frente ao último trimestre de do ano passado. Com isso, passou a registrar o equivalente a 18,7% do PIB, inferior aos 19,2% registrados em dezembro.

A agropecuária caiu 0,9% no mesmo período, afetada principalmente pela estiagem na região Sul. A seca “causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira”, apontou Rebeca Palis, do IBGE.

Frente ao primeiro trimestre de 2021, a retração é ainda maior, de 8%. O resultado, segundo o IBGE, pode ser explicado pela redução na projeção da produção de algumas culturas cujas safras são importantes nesta época do ano, como a soja e o arroz.

Perspectivas

O resultado positivo do trimestre, além de outros indicadores otimistas nos últimos meses têm influenciado a uma revisão das projeções para o crescimento da economia em 2022. Analistas têm melhorado as estimativas e apontam para um avanço do PIB acima de 1% no ano, enquanto o governo estima uma alta de 1,5%.

No entanto, as previsões para 2023 têm sido cada vez mais pessimistas, com possibilidades, inclusive, de retração, em meio à inflação persistente, juros em alta, temores de recessão global e incertezas relacionadas à corrida eleitoral no Brasil.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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