Mercado estima aperto ainda mais forte para Selic

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O mercado começou a repensar suas apostas para a evolução da Selic, com a projeção de uma inflação mais elevada do que as expectativas no ano que vem e de grande risco para a administração das contas públicas, depois da aprovação da PEC “Kamizake” – que subiu o valor de benefícios como o Auxílio Brasil, além da criação de outros em pleno ano eleitoral. O pacote terá um valor de R$ 41,2 bilhões, custo fora do teto de gastos.

A estimativa até então era de que o avanço da taxa básica de juros, hoje em 13,25% ao ano, já pudesse chegar ao fim no próximo mês. Agora, bancos e consultorias apontam que as acelerações devem seguir pelo menos até setembro ou outubro. Caso isso aconteça, a Selic poderia chegar a até 14,25%, de acordo com as novas projeções do mercado, voltando ao patamar de meados de 2016.

“Se deixar a inflação correr solta neste momento, há risco não só de uma disseminação de todos os preços da economia, mas de uma persistência dessa inflação alta ao longo de vários anos”, relatou Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Para ele, a previsão é de um aumento da Selic de 0,5 ponto porcentual em agosto, e 0,25 ponto em setembro, levando a taxa para 14%.

Já o Credit Suisse projeta aumento de 0,5 ponto porcentual em agosto e mais duas elevações de 0,25 ponto em setembro e outubro, para 14,25%. A estimativa é a mesma que a do Santander, porém com duas acelerações consecutivas de 0,5 ponto nas reuniões do Copom tanto no próximo mês quanto no seguinte.

Lucas Vilela, economista do Credit Suisse, sinaliza, no entanto, que o cenário não se desenha dessa forma apenas para o Brasil. Segundo ele, bancos globais trabalham com taxas mais altas de juros nos EUA e na Zona do Euro, que tentam lidar com uma inflação recorde.

As informações são do Estado de S. Paulo.

(Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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