Rendimentos de brasileiros registraram encolhimento de 8,7% no 1º trimestre de 2022

Foto: Freepik

De acordo com um estudo divulgado na última sexta-feira (10) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os rendimentos habituais reais médios dos brasileiros recuaram 8,7% no primeiro trimestre deste ano, ou seja, entre janeiro e março, em frente ao primeiro trimestre do ano passado, atingindo R$ 2.548.

Conforme o Ipea, essa retração afetou mais os domicílios de renda mais elevada, o que fez com que, nos três primeiros meses deste ano, houvesse uma redução de desigualdade, em frente à mesma época do ano passado. Os dados do estudo apontam que os domicílios de renda maior foram os que tiveram uma retração da renda habitual de 3,98%, enquanto a faixa de renda baixa teve uma regressão de 1,17%.

Segundo o Ipea, o maior encolhimento dos rendimentos entre aqueles com renda mais expressiva deve-se a regressão da renda dos trabalhadores do setor público. Os empregados com carteira no setor privado, sem carteira no setor privado e, sobretudo, do setor público tiveram dificuldade em negociar reposições salariais no decorrer do último ano, apesar da retomada do avanço da atividade econômica vista no ano.

No primeiro trimestre deste ano, a renda domiciliar do trabalho da faixa de renda elevada era 28 vezes superior à da faixa de renda muito enfraquecida, valor mais baixo que no primeiro trimestre do último ano: que era 28,8.

Neste ano ocorreu ainda uma aceleração da proporção de domicílios com renda do trabalho. Isso, de acordo com o Ipea, é um dos efeitos da pandemia. No primeiro trimestre do ano retrasado, 22,35%, o correspondente a pouco mais de um a cada cinco domicílios no país, não tinha renda proveniente do trabalho. Essa porcentagem cresceu para 28,55% no mesmo período de do ano passado e, neste ano, chegou a 23,35%.

O recorte regional aponta que a renda efetiva apresentou retrações mais significativas nas regiões Sudeste e Sul, com encolhimento de 8,2% e 6,1% respectivamente. Em relação ao gênero, as mulheres tiveram uma regressão mais alta que os homens nos rendimentos efetivos e habituais. Conforme o Ipea, essas contrações foram de 6,7% para as mulheres ante 5,5% para os homens na renda efetiva no primeiro trimestre de deste ano e de 8,7% para as mulheres ante 8,3% para os homens na renda habitual.

O estudo demonstra ainda que, apesar da retração na renda no primeiro trimestre de deste ano frente ao mesmo trimestre do último ano, deve-se, em parte, ao retorno de trabalhadores com menos qualidade para o mercado de trabalho, tanto a renda efetiva quanto a habitual ainda estão inferiores aos patamares pré-pandemia, havendo redução da renda em comparação com os primeiros trimestres de 2019 e 2020.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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