Presidente do Banco Central estima fim do aumento dos juros e deixa o mercado otimista

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na última quinta-feira (24), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), deixou o mercado brasileiro otimista ao divulgar que o crescimento de um ponto percentual da taxa Selic — a taxa básica de juros — estimada para o mês de maio, pode encerrar o atual ciclo de aumento dos juros no Brasil.

Segundo Campos Neto, uma nova elevação da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho, não é o que está mais próximo de acontecer, o que demonstra que a taxa pode finalizar 2022 no patamar de 12,75% ao ano.

Contudo, o BC admite que a inflação deve encerrar o ano em 7,1%, superior ao teto da meta, de 5%. Além do mais, mesmo que os valores do petróleo e seus derivados encolham, o banco aponta que há 97% de risco de a inflação passar o teto da meta.

Para Campos Neto, o principal objetivo para o momento é direcionar os esforços para que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) —indicador que mede a inflação ao consumidor brasileiro— convirja para a meta no ano que vem, uma vez que o cenário para este ano é muito volátil e imprevisível.

No entanto, o banqueiro não desconsidera um retorno das altas dos juros em caso de um novo embate inflacionário ocasionado pelo agravamento das tensões no leste europeu.

O mercado brasileiro de ações se demonstrou favorável à notícia, e o Ibovespa, principal índice de ações da B3, encerrou o pregão da véspera em elevação de 1,35%, aos 119.053 pontos. A incerteza acerca de até onde chegaria o acréscimo dos juros vinha sendo um sinal de alerta para os investidores, comprimindo os ganhos de muitas ações, principalmente daquelas conectadas ao varejo e à tecnologia.

A razão de tanta dúvida é que, com juros mais elevados, operações de crédito se tornam expressivamente mais caras, arrefecendo tanto o consumo quanto a tomada de empréstimos pelas empresas para fazer investimentos. Desta forma, as empresas que são dependentes de um mercado consumidor fervoroso ou que dependem muito do crédito devem apresentar resultados mais mornos quando a Selic cresce.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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