Pnad: taxa de desemprego cai, mas rendimento dos trabalhadores é o pior em 10 anos

Foto: ijeab/Freepik

No trimestre finalizado em novembro do ano passado, o rendimento real habitual do trabalhador recuou 4,5%. Já em relação ao mesmo período do ano retrasado a queda foi de 11,4%, segundo dados divulgados hoje na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O rendimento habitual dos trabalhadores (a quantia que eles recebem por conta própria, mensalmente, sem acréscimos extraordinários ou descontos esporádicos) foi projetado em R$2.444, o pior já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

A redução de 11,6% na taxa de desemprego aponta que há 1,5 milhão de desempregados a menos no país, na comparação com o trimestre anterior. Contudo, o país conta ainda com 12,4 milhões de pessoas em busca de uma vaga.

A tendência demonstrada já há alguns meses é de que a taxa de ocupação vem crescendo devido a aceleração da vacinação e retomada das atividades, gerando alocação de trabalhadores no mercado. No entanto, a recuperação é influenciada pela abertura de postos com remuneração mais baixa. Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, destaca há também o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores.

Já a taxa de informalidade foi de 40,6% e se seguiu sólida em comparação com o último trimestre, porém houve crescimento no número de trabalhadores informais.

No começo desta semana, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou que os trabalhadores formais finalizaram o ano passado somando três anos sem ganho real em seus salários, ocasionado pelo desconto inflacionário sobre o rendimento.

O Boletim Salariômetro, da Fipe, já indicava a perda de ganho real no salário dos trabalhadores. De acordo com relatório, 19,7% dos reajustes seguiram iguais e somente 13,1% ultrapassaram o índice de preços do último ano. O piso dos salários foi 4,5% maior em comparação com o ano anterior, valendo R$ 1.332 em 2021.

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