Por Felipe Bismarchi
Nas últimas duas semanas fomos surpreendidos (e até mesmo, chocados) com diversas notícias expondo a situação da mulher no Brasil e no mundo, da exposição de sua saúde e escolhas reprodutivas à miséria e a fome que castigam mais as casas chefiadas por mulheres no Brasil.
Quando estávamos refletindo sobre os paradigmas da sustentabilidade, vimos o paradigma da sustentabilidade forte e depois o modelo proposto pela Kate Raworth da Economia Donut, uma excelente aplicação da sustentabilidade forte e que entre um conjunto importante de temas que já falamos, um é equidade de gênero. É triste e preocupante o quadro que observamos quando comparamos a situação entre homens e mulheres. Se você é mulher além de ter uma chance elevada de ganhar percentualmente menos que um homem fazendo o mesmo trabalho na mesma organização, suas oportunidades de trabalho são reduzidas, se você tiver filhos são menores ainda e se você for uma mulher preta então, diminua ainda mais. Os percentuais e dados brutos você pode encontrar, navegar e explorar na publicação do IBGE disponível em: Estatísticas de Gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil | IBGE.
Estamos em um ano eleitoral em nível federal e estaduais, precisamos refletir enquanto sociedade, que sociedade queremos para cada pessoa que aqui vive e um tema essencial para discutirmos, seja qual for o futuro que desejamos, é essa discrepância inaceitável sobre a situação da mulher em nosso país. O país que eu quero é feminista, ou seja, reconhece com igual importância e poder tanto homens quanto mulheres, para essa construção em rota de saúda do machismo e do patriarcalismo em que estamos, temos uma lição individual e uma coletiva a fazer. Individualmente, pensar “no papel que desempenho na sociedade eu promovo o feminismo?”, isto é, você reconhece e dá oportunidade para uma mulher ser o que ela quiser ser na sociedade? Você compartilha os afazeres domésticos e os cuidados com a família? Você não perpetua piadas que depreciam a mulher, que a tratam como um objetivo de homens? Você paga o mesmo salário para homens e mulheres que desempenham o mesmo trabalho? Você diferencia as pessoas pelas suas capacidades de entrega e de reflexão independente de serem homens ou mulheres? Você garante a representatividade igual entre homens e mulheres? Você possibilita um ambiente em que uma mulher possa ser mãe e profissional concomitantemente? Coletivamente, precisamos pressionar o poder público, os atores privados e criar, integrar e apoiar coletivos que conscientizam, instrumentalizam e evidenciam caminhos para uma sociedade feminista, uma sociedade de espaço de voz, de poder e de existências iguais entre homens e mulheres. Feminismo não é uma pauta só de mulheres, muito pelo contrário, é fundamental homens feministas ampliando o movimento! Nesta jornada, onde você está?
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