Nordeste tem inflação maior do que a média nacional, aponta levantamento do FGV Ibre

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Redação: Victor Boscato

De acordo com um levantamento divulgado nesta terça-feira (9) pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o Nordeste apresentou uma inflação maior do que a média das outras regiões do Brasil no período de janeiro de 2020 a março de 2023. O estudo foi realizado com base no novo índice de preços do instituto, o IPC-Regional (Índice de Preços ao Consumidor Regional), que estima a inflação para famílias de baixa renda (até 1,5 salário mínimo por mês) e de alta renda (acima de 11,5 salários mínimos por mês) em diferentes regiões do país.

O Nordeste foi o foco da divulgação, pois, segundo o FGV Ibre, a região “experimentou um processo inflacionário um pouco mais rigoroso que as demais”. De janeiro de 2020 a março de 2023, o IPC das famílias de renda baixa acumulou alta de 26,46% no Nordeste, enquanto o avanço nas demais regiões, excluindo o Nordeste, foi de 23,51%.

Esse resultado está associado, em parte, à carestia da alimentação, que responde por uma fatia maior do orçamento das famílias mais pobres. No Nordeste, a inflação acumulada pela alimentação para baixa renda foi de 43,24% no período de janeiro de 2020 a março de 2023, enquanto nas demais regiões, o grupo teve alta de 42,01%.

Para ilustrar a pressão dos preços da comida, o FGV Ibre citou dez alimentos que subiram bem acima da inflação média local: óleo de soja (119,02%), arroz (80,41%), milho de pipoca (76,46%), farinha de mandioca (74,45%), açúcar cristal (59,71%), margarina (59,43%), linguiça (58,49%), ovos (56,48%), leite em pó (54,05%) e pão francês (46,37%).