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Segundo as análises do relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC), a estimativa de inflação para 2021 retraiu de 10,18% para 10,05% após 35 semanas seguidas de aumento. Caso se confirme a previsão, será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015, quando chegou a 10,67%.
A melhora na estimativa da inflação está relacionada tanto com a divulgação do IPCA do mês de novembro, que desacelerou para 0,95%, após ter registrado 1,25% em outubro, quanto ao aumento de 1,5 ponto percentual na meta Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para 2022, os números demonstram estabilidade, com projeção de 5,02%. Apesar da consistência, o valor segue acima do teto estabelecido para o ano que vem, que é de 3,50%.
A mediana da previsão para elevação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi reduzido de 4,71% para 4,65%. Quatro semanas atrás, a expectativa era de 4,88%. Para o ano de 2022, a estimativa de expansão do PIB recuou de 0,51% para 0,50%. Há um mês, estava em 0,93%.
Para o ano de 2023, a projeção de crescimento caiu de 1,95% para 1,90%, frente os 2,00% esperados há um mês. O mesmo ocorreu para 2024, ano em que a estimativa de alta do PIB diminuiu de 2,10% para 2,0%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.
A taxa básica de juros da economia, a Selic, permaneceu em 9,25%, uma vez que a última reunião do ano para o Copom já ocorreu no início de dezembro. Para 2022, a taxa teve sua projeção ampliada de 11,25% para 11,50%. Por fim, a estimativa do dólar para o final deste ano subiu de R$5,56 para R$ 5,59. Para o fim do próximo ano, o mercado manteve o patamar de R$ 5,55.
“Apesar da redução na estimativa da inflação, os dados apontados pelo Boletim Focus sinalizam o momento delicado do mercado brasileiro. Com a inflação acima dos 10% e a gradativa redução da renda da população, podemos ter impactos sociais significativos para no curto prazo. As estimativas para 2022 ainda indicam uma situação de estagnação econômica, o que pode se agravar pela corrida eleitoral em curso. Ainda não recuperamos o patamar econômico pré-pandemia e, no ritmo atual, apenas em 2023 voltaremos a ter resultados mais expressivos”, destaca Samuel Durso, economista-chefe do Denarius.
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