Mercado espera aumento da taxa de juros ao maior nível desde 2017

Foto: @tippapatt/Freepik

Em um cenário onde o conflito que ocorre atualmente no leste europeu e a aceleração nos valores dos combustíveis traz impactos econômicos no mundo todo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (16) para definir o próximo rumo da taxa básica de juros da economia. A decisão será anunciada as 18:00.

A expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro é que a Selic seja acrescida dos atuais 10,75% para 11,75% ao ano, o número mais alto desde abril de 2017 — quando estava em 12,25% ao ano. Caso se concretize, esse será o nono aumento consecutivo na taxa básica da economia.

Samuel Durso, economista-chefe do Denarius explica que os sucessivos aumentos da taxa básica de juros não têm sido suficientes para frear o avanço dos preços no mercado interno. “Em partes, o descolamento da inflação ocorre em função de fatores externos, como a guerra na Ucrânia que tem elevado o preço de produtos importantes para o país, como petróleo e grãos. Além disso, no mercado interno, o governo tem agido de forma contrária às políticas do Banco Central, ao aumentar gastos com políticas sociais relevantes, mas que possuem um forte apelo eleitoral. Com mais dinheiro circulando na economia, maior tende a ser a pressão nos preços, gerando inflação”, explica.

“Esses fatores em conjunto serão um grande desafio para a nossa economia em 2022, que muito possivelmente terá um segundo ano consecutivo com inflação acima do teto da meta”, completa Durso.

Como a taxa de juros é definida?

A taxa básica de juros é o principal meio do Banco Central para segurar o crescimento dos preços. Quando as expectativas para a inflação estão altas, o BC aumenta a Selic. Quando as projeções para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central diminui a Selic.

As mudanças sobre a taxa de juros levam de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia. Ou seja, a alteração que será anunciada hoje tem como objetivo um maior controle da economia em 2023.

Entre as consequências da alta nos juros podemos citar: elevação das taxas bancárias, impacto negativo Produto Interno Bruto (PIB), criação de despesa adicional com juros da dívida pública.

Redação: Victor Boscato e Fernanda Zambianco)

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