IPCA cresce 0,54% em janeiro

Foto: leonidassantana/Freepik

Em janeiro, a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), cresceu 0,54% frente a dezembro, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (9). No mês anterior, a elevação foi de 0,73%. Mesmo demonstrando desaceleração em comparação com a alta anterior, o resultado registrado foi o maior para janeiro em seis anos (1,27%).

O número apresentado veio muito próximo à expectativa do mercado. A projeção de analistas consultados pela Refinitiv era de que o IPCA tivesse alta de 0,55% em janeiro sobre o último mês do ano passado e 10,39% ante um ano anterior.  Em relação aos últimos 12 meses, o indicador acumula aumento de 10,38%, também em linha com a expectativa e superior aos 10,06% verificados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Alimentação e bebidas (1,11%) colaboraram para o resultado final, tendo o maior impacto no índice do mês (0,23 p.p.). Nessa categoria, os preços do café moído (4,75%) cresceram pelo 11º mês seguido, registrando alta de 56,87% nos últimos 12 meses. Outros pontos a ressaltar são a cenoura (27,64%), a cebola (12,43%), a batata-inglesa (9,65%) e o tomate (6,21%). Já os principais recuos foram registrados nos preços do arroz (-2,66%), do frango inteiro (-0,85%) e do frango em pedaços (-0,71%).

A desaceleração do índice no mês foi influenciada pelos transportes, grupo de maior peso no IPCA, que retraiu 0,11%, após crescer 0,58% em dezembro. Somente esse grupo encolheu em janeiro. Samuel Durso, economista-chefe do Denarius explica que o maior efeito nesse grupo veio do preço das passagens aéreas. “Esse item teve uma grande elevação no segundo semestre de 2021, fruto do aumento da demanda e também dos custos do setor aéreo. Em janeiro, quando houve um grande aumento da contaminação pela nova variante da covid-19 e uma redução geral do preço dos combustíveis, o preço das passagens recuou”.

Conforme explicado, o resultado do grupo se deve, principalmente, à redução nos preços das passagens aéreas (-18,35%) e dos combustíveis (-1,23%). Além da gasolina (-1,14%), também houve queda nos preços do etanol (-2,84%) e do gás veicular (-0,86%). O óleo diesel (2,38%), no entanto, teve elevação no período. Outros que se destacaram entre as quedas foram os transportes por aplicativo (-17,96%) e o aluguel de veículo (-3,79%).

Em habitação (0,16%), os preços desaceleraram na comparação com a alta do mês anterior (0,74%), muito por conta da retração da energia elétrica (-1,07%).

Em janeiro, os preços do gás de botijão (-0,73%) encolheram após 19 meses seguidos de alta. O economista-chefe do Denarius lembra, contudo, que apesar da desaceleração em itens específicos, o peso ainda é elevado para as famílias de menor renda. “Quando olhamos para a inflação específica das famílias com renda de 1 a 5 salários-mínimos, observamos um peso mais significativo dos produtos alimentícios, que comprometem mais a renda desse estrato social”, pondera Durso.

(Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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