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A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) cresceu 0,99% em fevereiro, divulgou nesta quarta-feira (23) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado apresentado é a maior variação para o mês nos últimos seis anos (1,42%).
Os dados registrados representam uma aceleração em comparação com o índice registrado em janeiro. No último mês, a elevação havia sido de 0,58%. A taxa de fevereiro foi superior ao que era esperado pelo mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg imaginavam aceleração de 0,87%.
Com a divulgação do novo dado, o IPCA-15 acumulou aumento de 10,76% em 12 meses. O acumulado estava em 10,20% o mês anterior. Considerando o período de um ano, o IPCA-15 está significantemente acima da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) para o IPCA. O centro da medida de referência é de 3,50% em 2022. Já o teto foi definido em 5%.
Entre as ações para tentar desacelerar a inflação, o BC vem elevando a taxa básica de juros. A Selic chegou a 10,75% no início deste mês. O boletim Focus dessa semana, no entanto, prevê novas elevações, com a taxa chegando a 12,25% até o final deste ano.
No decorrer da crise, houve aumento em vários preços administrados ao consumidor, como combustíveis e energia elétrica, escassez de determinados alimentos e rupturas na cadeia global de insumos industriais.
No Brasil, a pressão inflacionária foi agravada também pela desvalorização do real. O dólar, que influencia itens como combustíveis, aumentou seu valor em meio à turbulência política.
Outro fator que gera ameaça ao controle inflacionário neste ano é a incerteza da corrida eleitoral, que costuma influenciar os valores da taxa de câmbio.
Também há um receio com os eventuais reflexos do clima inconstante. A seca na região Sul, por exemplo, pode impactar negativamente nos novos avanços nos preços dos alimentos.
(Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)
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