IPCA-15 avança 0,59% em maio com destaque para os grupos de Transportes e Alimentação e Bebidas

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) do mês de maio foi de 0,59%, 1,14 ponto percentual (p.p.) inferior à taxa observada em abril (1,73%). Essa é a oscilação mais elevada para um mês de maio desde 2014, quando o índice foi de 0,86%. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA-15 acumula avanço de 4,93% e, em 12 meses, de 12,20%, superior aos 12,03% vistos nos 12 meses imediatamente anteriores. É a maior taxa acumulada em 12 meses desde novembro de 2003, quando o acumulado registrou 12,69%. Em maio de do ano passado, a taxa foi de 0,44%.

A persistente elevação de preços tem feito com que economistas — e até o governo — reajustem para cima as suas estimativas para a inflação deste ano. A projeção do mercado já chega a 10% para o IPCA de 2022, enquanto o Ministério da Economia subiu a sua para 7,9% na última semana.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços apurados pelo IBGE registraram elevação em maio — a única exceção foi habitação (-3,85%), que teve grande queda e colaborou para reduzir o IPCA-15 de maio em 0,62 ponto percentual.

A maior aceleração veio de saúde e cuidados pessoais (+2,19%), que colaborou para elevar a prévia da inflação do mês em 0,27 ponto percentual.

O aumento dos preços do setor de transportes (+1,80%) arrefeceu em frente a abril (+3,43%), porém o grupo foi o encarregado pelo maior impacto positivo no indicador (0,40 p.p.). Alimentação e bebidas (+1,52%) também desacelerou na comparação com o último mês (+2,25%), porém impactou o índice em 0,32 ponto percentual.

Os outros grupos ficaram entre oscilações de +0,06% (educação) e +1,86% (vestuário), e seus impactos alternaram de 0,00 (educação) a 0,08 (vestuário).

O grande avanço do grupo saúde e cuidados pessoais (+2,19%) foi puxado pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos (+5,24%), na esteira do reajuste de até 10,89% autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também ocorreu aceleração de 3,03% nos preços dos itens de higiene pessoal.

No grupo de transportes (+1,80%), a maior colaboração (0,09 p.p.) veio das passagens aéreas, cujos preços dispararam pelo segundo mês seguido.

Os preços dos combustíveis também seguem o caminho de elevação (+2,05%), embora mais fraco do que no mês passado ao mês passado. A inflação da gasolina registrou 1,24% em maio e a do etanol, 7,79%. O IBGE ressalta também o avanço de 3,48% no seguro de veículos, que já acumula aumento de 18,24% somente neste ano.

Os itens e subitens que mais impactaram o IPCA-15 de maio:

Produtos farmacêuticos: +5,24%, com impacto de 0,17 p.p., Higiene pessoal: +3,03%, com impacto de 0,11 p.p., Passagens aéreas: +18,40%, com impacto de 0,09 p.p., Gasolina: +1,24%, com impacto de 0,08 p.p., Etanol: +7,79%, com impacto de 0,07 p.p.

A retração mais aguda de preços no grupo habitação (-3,85%) foi influenciada pela energia elétrica (-14,09%), que ficou muito mais barata desde o dia 16 de abril, com o fim da bandeira tarifária escassez hídrica e o início da bandeira verde.

De acordo com o IBGE, os encolhimentos dos preços na conta de luz alternaram -17,62% em Curitiba a até -2,18% em Fortaleza (no Ceará ocorreu um reajuste de 24,23% nas tarifas desde o dia 22 de abril, o que reduziu o impacto positivo da bandeira verde).

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também aprovou no último mês reajustes tarifários de 20,97% na Bahia (o que fez a conta de luz recuar “somente” 4,82% em Salvador) e de 18,77% em Pernambuco (o que diminuiu a retração para 8,20% no Recife).

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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