Indicador de Incerteza da Economia não mostra evolução pelo 4º mês consecutivo

Foto: wayhomestudio/Freepik

Com uma leve variação de -0,2 ponto, para 122,1 pontos registrada em janeiro, o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da Fundação Getulio Vargas (FGV) ficou relativamente sólido, mesmo sem altas em quatro meses consecutivos. O indicador ainda está acima do nível de fevereiro de 2020 (115,1 pts) em 7 pontos.

O número registrado em janeiro pode ser considerado uma estagnação em patamar elevado, contabilizando as inseguranças já conhecidas em torno da atividade econômica, do cenário político e da pandemia, agora renovadas com a variante Ômicron, informou a economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Anna Carolina Gouveia.

“A ligeira queda do IIE-Br foi motivada inteiramente pela redução da dispersão nas previsões de especialistas para variáveis econômicas brasileiras. Caminhando em sentido oposto, o componente de mídia registrou alta, influenciado por ruídos, como o avanço da nova variante do coronavírus no país e inflação. Para os próximos meses, o Indicador de Incerteza deverá permanecer em patamar elevado, dado o cenário econômico e sanitário”, destacou, em nota, Anna Carolina.

Os dois componentes do Indicador de Incerteza apresentaram um contraste em janeiro. O componente de mídia cresceu 1,3 ponto, para 118,9 pontos e colaborou positivamente em 1,1 ponto para o índice agregado. O componente de expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, encolheu 6 pontos, para 125,8 pontos, acumulando retração de 18,2 pontos oito semanas. Este componente influenciou para baixo em 1,3 ponto para a evolução na margem do IIE-Br.

Com o melhor controle da pandemia, o desafio de se estimar a evolução das variáveis econômicas vem se tornando um pouco menor. “Em dois meses, o componente de expectativas acumulou queda de quase 20 pontos. Em janeiro, a queda deste componente foi motivada pela menor dispersão das previsões para o IPCA e para o câmbio, com este último possivelmente refletindo os resultados da sinalização cada vez mais forte de que os EUA deverão entrar numa fase de política monetária mais restritiva nos próximos meses”, explicou a economista.

Contato: [email protected]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.