Indefinições sobre o rumo e a duração da pandemia devem continuar impactando o mercado de trabalho em 2022

Foto: prostooleh/Freepik

A melhora do mercado de trabalho demandará mais tempo do que o previsto no mundo todo. Os níveis de desemprego seguem superiores ao patamar pré-pandemia e devem permanecer assim ao menos até o ano que vem, devido à imprecisão sobre o rumo e a duração da pandemia, revelou a Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU), em relatório divulgado nesta semana.

A agência da ONU projeta que serão cerca de 52 milhões de empregos a menos em 2022 em relação aos níveis passados da pandemia de Covid-19, o que corresponde a aproximadamente o dobro da projeção anterior de junho de 2021. Os intervalos devem seguir em 2023, quando ainda haverá cerca de 27 milhões de empregos a menos, segundo a OIT, avisando para uma retomada “lenta e incerta” em seu relatório Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo em 2022.

No geral, imagina-se que cerca de 207 milhões de pessoas estejam sem emprego em 2022. No Brasil, OIT projeta 14 milhões de desempregados em 2022. Para comparação, temos a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nos últimos dias de dezembro do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde o número de pessoas em busca de emprego no país era de 13,5 milhões. Caso a previsão se cumpra, o país enfrentará ainda meses complicados pela frente, com uma variação pessimista nos índices.

O déficit de horas de trabalho estimado para 2022 demonstra, no entanto, uma melhora frente aos últimos dois anos. Em 2021, de acordo com a OIT, havia cerca de 125 milhões de empregos a menos do que os níveis pré-pandemia e em 2020, 258 milhões a menos.

Como já vem sendo verificado aqui no Brasil nos últimos índices da Pnad, a agência da ONU alerta ainda para deterioração do emprego formal no próximo ano. O IBGE apontou no final de 2021 que a informalidade alcançou de 54% do progresso da ocupação.

Outro alerta do relatório da ONU é para o número de jovens sem trabalho. Por aqui o nível de pessoas com idade para trabalhar que estão no mercado de trabalho chegou a 54,1% em dezembro, demonstrando coerência com as previsões da OIT.

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