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Redação: Victor Boscato
De acordo com dados recentes do Banco Central, a inadimplência no microcrédito atingiu um patamar recorde de 20,7% em fevereiro, afetando dois em cada dez trabalhadores formais e informais que recorreram a essa linha de crédito. O microcrédito é destinado a empreendedores formais e informais que buscam empréstimos de pequeno valor, como MEIs.
A inadimplência nessa modalidade de crédito tem aumentado nos últimos meses, com um aumento de 16,6 pontos percentuais em 12 meses até fevereiro, quando a taxa média de juros cobrada estava em 49,9% ao ano. Esse aumento é atribuído em parte à conjuntura econômica atual, com juros elevados e desaceleração da atividade econômica.
Além disso, a pandemia de Covid-19 também contribuiu para a alta inadimplência, com alguns empreendedores recorrendo a renegociações de dívidas por meio de alongamento de prazos de pagamento. No entanto, esses prazos estão chegando ao fim, o que pode agravar a situação.
Outro fator que pode ter empurrado os brasileiros ao superendividamento, de acordo com Michael Burt, economista da LCA Consultores, foi a criação de uma nova linha de microcrédito em março de 2022, que atendia a beneficiários do programa Auxílio Brasil e a pessoas com CPFs e CNPJs negativados. Essa medida foi implementada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).