Frio intenso pode afetar milho, café e hortaliças e causar elevação de preços

Foto: Pixabay

O frio chegou no território brasileiro, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Devido a tal clima, as plantações podem ser diretamente impactadas. As lavouras mais afetadas devem ser as de milho, hortaliças (frutas, verduras e legumes), cana-de-açúcar e café.

“Vamos ver geadas intensas em um período incomum. Geralmente elas acontecem mais para frente e não atingem tantos lugares do Brasil. Estamos em uma semana bem atípica e desafiadora”, apontou Antônio da Luz, economista-chefe da Ecoagro, empresa de operações financeiras para o agronegócio.

As culturas mais impactadas são Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul, destacou Felippe Serigati, coordenador do mestrado profissional em agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV).

As hortaliças, que fazem parte da cultura de São Paulo e Curitiba, podem ser bem afetadas por estarem em regiões que devem apresentar temperaturas mais baixas.

“As hortaliças podem ser as mais prejudicadas, porque o frio vai pegar um cinturão de produção em locais como São Paulo e Curitiba. São duas regiões que podem registrar temperaturas mais baixas e trazer um pequeno desabastecimento no curto prazo, além de um aumento no preço”, relata Marco Antonio dos Santos, sócio-fundador e agrometeorologista da consultoria Rural Clima.

Se os valores dos alimentos já estão caros, o frio pode agravar a situação. Nos últimos 12 meses finalizados em abril, a inflação para alimentação e bebidas registrou 13,47%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O café moído apresentou 67,53% mais caro, as hortaliças e verduras, 36,62%, e o milho em grão, 21,14%.

“Se a geada for muito intensa, os preços devem subir fortemente. No caso do milho, se houver uma quebra de produção grande, não haveria alternativa global para o fornecimento mundial do cereal”, afirmou Alê Delara, sócio-diretor da Pine Agronegócios, corretora de commodities.

A Ucrânia, que é uma das maiores exportadora de milho, não está vendendo os grãos devido ao conflito em seu território. Ainda não dá para estimar quanto os preços devem ser influenciados por perdas em safras.

A inflação deve continuar por um tempo. Serigatti informou que o consumidor deve começar a sentir algum alívio em um prazo de três a seis meses.

É esperado que a chuva do final de semana colabore a reduzir os impactos das temperaturas mais baixas.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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