FGV aumenta estimativa do IPC-S de 2022 de 6,80% para 7,30%

Foto: Freepik

Nesta sexta-feira (16), o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, aumentou a estimativa para a inflação deste ano, de 6,80% para 7,30%. Segundo o economista, a revisão engloba a surpresa para cima com o resultado de junho – de 0,67%, contra a sua expectativa inicial de 0,50% –, além de um caminho mais pressionado para o dólar e as matérias-primas.

“O IPC-S de junho ficou um pouco acima da projeção para o mês, mas com uma trajetória de desaceleração que, mesmo que não na intensidade imaginada, aconteceu qualitativamente”, relatou Picchetti.

O resultado foi inferior a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava inflação de 0,72% em junho. As 11 previsões coletadas com o mercado financeiro iam de 0,40% a 0,78%.

Entre os bons resultados para a composição do índice, o economista aponta o arrefecimento do núcleo do IPC-S, de 0,84% em maio para 0,54% em junho, e o desafogo do grupo de serviços, de 1,86% para 1,20%. Apesar da desaceleração na margem, ambas as métricas ainda aceleraram no acumulado em 12 meses, de 7,19% para 7,34% e de 15,10% para 15,60%, respectivamente.

Entretanto, o índice de difusão – que mede a proporção de subitens do IPC-S com elevação de preços – cresceu de 72,26% na terceira quadrissemana para 72,58%. “A aceleração foi pequena na margem, mas está em torno desse nível resiliente que, em bom português, significa que três quartos do índice estão com aumento”, explica.

No mês de junho, o analista aponta sinais de repasse do último reajuste divulgado pela Petrobras para a gasolina nas bombas. Na frente à terceira quadrissemana, o combustível avançou de uma deflação de 0,16% para uma elevação de 0,18% e, na ponta, salta cerca de 1,20%.

Levando em consideração a tendência de arrefecimento esperada, Picchetti projeta um IPC-S de 0,50% no encerramento de julho, que seria suficiente para levar a inflação acumulada em 12 meses pelo índice a 9,84%, inferior ao patamar de dois dígitos pela primeira vez desde março.

(Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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