Endividamento cresce e compromete mais da metade da renda das famílias

Foto: @gpointstudio/Freepik

Houve um aumento de 21% em relação ao endividamento das famílias brasileiras em 2021 frente a 2020. A elevação foi influenciada por linhas de crédito com preços maiores e sem garantias, de acordo com um relatório elaborado pela equipe de Renda Fixa da XP com base em dados do Banco Central. Com o aumento, o endividamento passou a fazer parte de mais da metade da renda das famílias.

Os dois tipos de crédito com valores mais altos – com aceleração maior do que a média – foram o cartão de crédito (aumento de 34% em relação ao ano anterior) e o crédito não consignado (37%). Os dois recebem a nomenclatura de linha “clean”, ou seja, sem garantia, informa o estudo.

O endividamento está em um patamar mais elevado na série histórica. Ele “tem crescido de maneira relevante, tendo atingido 51% em outubro de 2021 (último dado disponível)”, aponta o relatório da XP.

“O problema desse crescimento é que crédito significa juros e isso gera um peso de juros que elas também têm de pagar com o passar do tempo. Apesar de a Selic a quase 11%, esses 11% ainda não estão totalmente refletidos nos custos das dívidas, porque isso demora cerca de 1 ano, entre o juro mudar para baixo ou para cima, e isso ser repassado nos custos de empréstimos”, disse Camilla Dolle, chefe de renda fixa da pesquisa da XP.

O estudo deixa em evidencia que a redução da renda das famílias é um dos fatores que melhor explicam o endividamento. Também mostra que foi registrado no quarto trimestre do ano passado uma ligeira aceleração nos indicadores de inadimplência de pessoa física.

Entre as pessoas jurídicas, ou seja, as empresas, o crescimento do crédito em 2021 contra o ano anterior foi de 11%, patamar menor do que o contabilizado pelo grupo das pessoas físicas.

(Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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