Endividamento continua crescente, mas desacelera em outubro

Foto: Mikhail Nilov/Pexels

No mês de outubro, o número de famílias brasileiras com suas dívidas registrou aumento, alcançando 74,6%. O dado é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem (4) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Apesar de sinalizar uma redução no ritmo de crescimento da taxa de endividamentos, a pesquisa mostra que a alta de outubro foi de 0,6 ponto percentual em relação a setembro e já é a 11ª alta mensal consecutiva.

De acordo com Samuel Durso, economista-chefe do Boletim Denarius, “o resultado da Peic já é uma consequência direta da política monetária implementada pelo Banco Central nos últimos meses, que elevou significativamente os juros do mercado e, consequentemente, reduziu o acesso ao crédito para as famílias brasileiras”.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, em 2021, o percentual de famílias endividadas é 8,1 pontos percentuais (p.p.) superior, o que representa a segundo maior alta da série histórica. “É importante destacar que, em 2020, houve um crescimento ‘forçado’ da poupança das famílias brasileiras, em função das limitações impostas ao consumo durante a pandemia, o que reduziu a necessidade de obtenção de crédito. Com o avanço da vacinação e o gradativo retorno das atividades econômicas, espera-se um maior consumo familiar em função da demanda reprimida”, pondera Durso.

Adicionalmente, 25,6% das famílias brasileiras estão com dívidas ou contas em atraso, segundo a Peic de outubro, o que representa 0,1 p.p. acima de setembro de 2021 e 0,5 p.p. abaixo de outubro de 2020. Apesar deste leve aumento no percentual de famílias com dívidas em atraso, houve uma queda da parcela de famílias que não tem condições de pagar contas ou dívidas, passando de 10,3% para 10,1% de setembro para outubro. Em comparação com o mesmo período de 2020, a redução foi mais expressiva, de 1,8 p.p.

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