Ema Klabin, representatividade e resoluções de fim de ano

Foto: Herinque Luz/Divulgação Site Ema Klabin

Por Cintia Araujo, pesquisadora e professora na Faculdade FIPECAFI

Faltam menos de 15 dias pro fim do ano. 2022 foi um ano extremamente corrido, sensação intensificada pelo fato de ainda estarmos lidando com a pandemia da COVID-19 – aliás, VACINE-SE! – e por acontecimentos que impactaram nossas rotinas, como as eleições e a controversa, mas emocionante, recém terminada Copa do Qatar, sobre a qual comentei na coluna de 22 de novembro[1].

Nesta época, muitas pessoas têm uma serie de “rituais”, como fazer lista de resoluções de fim de ano, faxina nos armários ou uma autorreflexão sobre os principais acontecimentos ocorridos no ano.

Assim, aproveito este clima para compartilhar com vocês uma história que me marcou.

Há alguns meses, eu e meu namorado visitamos a Casa Museu Ema Klabin[2]. Além de ficar encantadíssima com arquitetura da casa, fiquei extremamente impactada pela história e legado desta empresária, mecenas e colecionadora que criou e deu nome ao museu.

Certamente, Ema Klabin foi uma mulher à frente do seu tempo que, muito antes da criação do termo “empoderamento feminino”, atuou ativamente em um ambiente exclusivamente masculino, participando do conselho diretivo da holding da família, Klabin Irmãos e Cia. e fomentando a arte e a cultura em São Paulo. Inclusive, neste aspecto, seu legado é extraordinário: ao longo de sua vida colecionou por volta de 1500 peças entre livros, objetos arqueológicos, pinturas[3], colaborou com a criação do Museu Lasar Segall e da Orquestra Filarmônica de São Paulo e fez parte do conselho do Museu de Arte Moderna (MAM).

Tudo isso já seria o suficiente para fazer desta visita um dos pontos altos do ano, mas um relato se sobressaiu a tudo isso: eu estava parada em frente a uma sala, que era o escritório de Ema, quando puxei assunto com uma das seguranças do museu. Ela era jovem e muito simpática. Entre um comentário e outro ela comenta: “Eu nunca tinha ouvido falar dela [Ema Klabin]. Mas, trabalhando aqui, aprendi muito sobre ela…”; e completa: “Eu nunca quis ter meu escritório, mas depois que vi o escritório dela, eu quero ter um.”

Ao ouvir este relato eu fiquei sem palavras. Como representatividade é importante! Aquela jovem nunca teve vontade de ter um escritório para si, até que conheceu a história de Ema. Impressionante.

Então, se ainda não fez suas resoluções e autorreflexões de fim de ano, seguem algumas sugestões:

– Reflita: quem são suas referências de comportamento?

– Pergunte-se: sou referência para alguém?

E

– Visite o museu casa Klabin. Lá tem exposições, cursos, oficinas e apresentações artísticas. Recomendo.

Figura 1: Captura de tela do sie da Casa Museu Ema Klabin

Fonte: https://emaklabin.org.br/blog/115-anos-de-ema-klabin


[1] Araújo, C. (2022, November 22). Copa Catar 2022: Até que ponto a diversão compensa?!. Boletim Denarius. https://bit.ly/3UhrhgJ

[2] Casa Museu Ema Klabin. (n.d.). https://emaklabin.org.br/

[3]  Casa Museu Ema Klabin (2015, Abril 6). Casa Museu Ema Klabin. Retrieved from https://www.youtube.com/watch?v=ssdKzor32fQ