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Redação: Victor Boscato
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, em sua reunião da última quarta-feira (3), manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, em sua primeira decisão após a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O colegiado do BC reforçou a importância da “paciência e serenidade” em relação à conjuntura atual e ressaltou a possibilidade de voltar a elevar a Selic caso o processo de desinflação não ocorra como esperado, embora esse cenário seja menos provável. O comunicado também destacou que o comitê seguirá avaliando se a estratégia de manter a taxa básica de juros por um período prolongado será suficiente para assegurar a convergência da inflação.
A decisão do Copom está em linha com a projeção consensual do mercado financeiro, que previa a manutenção dos juros pela sexta vez consecutiva e a terceira desde a posse de Lula. Segundo levantamento feito pela Bloomberg, a expectativa praticamente unânime entre os analistas consultados era de manutenção dos juros, com apenas um apostando em uma redução de 0,25 ponto percentual.
A desaceleração da inflação em abril, indicada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), intensificou o debate público sobre a política monetária adotada pelo BC. Na semana passada, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, compareceu ao Senado em duas ocasiões para falar sobre o assunto. O comunicado do Copom destaca a incerteza em relação aos cenários e reforça a importância da vigilância para que se consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas em torno das metas do BC.
