Contexto norte-americano do mês destaca otimismo com melhora no emprego

Foto: kathleen77/freepik

Por Cruz Daniel Lopez

A economia dos EUA surpreendentemente gerou 467.000 empregos em janeiro. Com isso, a taxa de desemprego permaneceu relativamente estável, subindo ligeiramente para 4% ante 3,9% do mês anterior, de acordo com o relatório mensal do Bureau of Labor Statistics. Também houve uma revisão do número de empregos criados em dezembro, passando de, aproximadamente, 199 mil para 510 mil.

Apesar de um aumento nos casos da nova variante da Covid-19, Ômicron, os empregadores dos EUA conseguiram gerar empregos no mês passado graças a contratações robustas nos setores de bares e restaurantes, comércio varejista e correio e encomendas. O setor de lazer e hospitalidade, que foi especialmente atingido pela pandemia da Covid-19, gerou mais de 150 mil empregos no primeiro mês de 2022. Este resultado positivo vem somar a uma série de bons números para o setor, que inclui restaurantes, hotéis, cassinos e parques temáticos.

Os economistas também mostraram otimismo ao ver a taxa de participação da força de trabalho e a relação emprego/população subirem 0,3 ponto percentual em janeiro, resultado superior ao que era esperado inicialmente pelos analistas. O Labor Department disse que o aumento na taxa de participação se deve a um crescimento da população nas faixas etárias que participam da força de trabalho.

Já em relação ao mercado imobiliário, o aumento da demanda em conjunto com uma redução na oferta gera dificuldades para as transações atuais. O sonho da casa própria ficou mais distante para os americanos de classe média durante a pandemia. O aumento nos preços dos imóveis, que alcançaram níveis recordes, e o declínio acentuado no número de casas à venda tornaram a compra mais difícil para muitos americanos em comparação com dois anos atrás, de acordo com um estudo da National Association of Realtors (NAR).

Nacionalmente, os preços das casas subiram cerca de 30% desde o final de 2019, de modo que uma casa típica custa cerca de US$ 80.000 a mais do que antes da pandemia, de acordo com a NAR. Durante o mesmo período, o levantamento aponta que o estoque caiu para uma baixa recorde de cerca de 1 milhão de propriedades disponíveis para venda no final de dezembro do ano passado.

No mercado de criptomoedas, o primeiro mês do ano foi marcado por forte instabilidade. Em janeiro de 2022, Bitcoin, Ethereum e todas as principais criptomoedas caíram 10% ou mais e, em 21 de janeiro, o valor de mercado da criptomoeda caiu US$ 205 bilhões em um período de 24 horas. Paul Krugman, um economista ganhador do Prêmio Nobel, alertou os investidores sobre a crescente volatilidade do mercado de criptomoedas e o considerou comparável à crise das hipotecas subprime de 2007.

Ainda de acordo com o comunicado do especialista, os investidores cederam ao hype de 2021, sem entender verdadeiramente o riscos em jogo, e colocam seu dinheiro em ativos que são, na melhor das hipóteses, especulativos. Krugman é conhecido por descrever a criptomoeda como um esquema Ponzi da nova era. Dados de 28 de janeiro sugeriram que o mercado de criptomoedas vale US$ 1,7 trilhão, abaixo do seu recorde histórico de US$ 3 trilhões.

Por fim, no mercado acionário, os contratos nos principais benchmarks de Wall Street subiram, depois das preocupações renovadas com as ações a serem tomadas pelo Federal Reserve (Fed). Além disso, os resultados do quarto trimestre de gigantes de tecnologia dos EUA pesaram sobre os investidores que já lutam com um Fed se preparando para apertar as condições monetárias e aumentar as taxas de juros já no próximo mês. Um marco deste início de ano foi o desempenho divulgado pela Meta (antiga Facebook). A empresa, que está investindo pesadamente em seu projeto futurista “metaverso”, mostrou depender fortemente da receita de publicidade. Assim, ao divulgar custos nitidamente mais altos e prever uma receita fraca, os investidores se assustaram e reduziram quase US$ 200 bilhões na avaliação da entidade. As ações da Meta chegaram a cair 23% nas negociações após o expediente. Se essa tendência de queda continuar, estima-se que a empresa poderá perder em valor de mercado o equivalente ao PIB da Grécia.

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