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Na passagem de outubro para novembro, o Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), encolheu 3,3 pontos e chegou a 97 pontos em uma escala de zero a 200. Entre setembro e outubro, o indicador havia aumentado 0,4 ponto.
O recuo no mês de novembro foi influenciado pela piora na confiança dos empresários em relação às expectativas de presente e futuro. O Índice da Situação Atual retraiu 2,5 pontos e chegou a 97. Já o Índice de Expectativas diminuiu 4,5 pontos e atingiu 95,8.
O ICE consolida os índices de confiança empresariais em quatro áreas: indústria, construção, serviços e comércio. Os quatro segmentos citados caíram na confiança em novembro, com ênfase para o comércio, que regrediu 6,2 pontos e chegou a 88, sendo o patamar mais baixo entre os setores analisados.
Com a segunda maior queda (-3,1 pontos), a indústria continuou com o patamar mais elevado entre os quatro segmentos (102,1 pontos), sendo o único a ficar acima de 100. A confiança dos serviços reduziu 2,3 pontos, para 96,8, enquanto a construção transferiu 0,8 ponto, para 95,3 pontos.
Para o economista-chefe do Denarius, Samuel Durso, o resultado reflete os problemas atuais da economia brasileira. “Mesmo com a chegada das festas de fim de ano, a expectativa é que a economia ainda encontre problemas para se recuperar. A alta inflação verificada no mercado, mesmo com os constantes aumentos da Selic pelo Copom, representa um grande desafio para 2022” analisa o especialista.
“Os aumentos na Selic também geram desestímulos no consumo, o que afeta todos os setores da economia. Com um menor acesso ao crédito, menos dinheiro estará em circulação e, consequentemente, menor tende a ser o faturamento das empresas” destaca Durso. “As incertezas sobre novas ondas de contaminação da Covid-19, como já tem sido verificado na Europa, deixam a expectativa de recuperação econômica ainda mais sensível. Para complementar, a corrida eleitoral de 2022 já tem provocado impactos significativos na economia, deixando menos provável a realização de reformas impopulares e contenções de gastos para o curto prazo” finaliza o economista.
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