CNI diminuiu projeções para o avanço do PIB e da indústria com guerra na Ucrânia e Ômicron na China

Foto: rafapress/Freepik

Foi comunicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) o Informe Conjuntural no qual revisa a sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) de 2022 de 1,2% para 0,9%. 

A entidade também diminuiu suas expectativas econômicas para a indústria este ano, que pelas novas previsões deve ter produção 0,2% inferior frente ao ano passado. No último mês do último ano, a CNI havia calculado expansão de 0,5% este ano.

“Se esse cenário se confirmar, será a sétima vez, em 10 anos, que a indústria nacional encolhe”, sinalizou a Confederação em nota.

Entre as razões para as revisões estão os empecilhos enfrentados pelas linhas de produção globalizadas devido a longevidade da guerra na Ucrânia, que tem pressionado para cima os valores dos fretes internacionais, por consequência da elevação do petróleo.

Outro motivo é a variante Ômicron da Covid-19, que segue a impactando a produção na China, país que segue com política de tolerância zero contra o vírus, realizando quarentenas de cidades inteiras.

“Tanto as sanções comerciais e financeiras impostas por vários países ocidentais sobre a Rússia, quanto a nova variante da Covid-19, contribuíram para a persistência dos desarranjos nas cadeias produtivas”, relatou a CNI.

A entidade também ressaltou outros fatores para o encolhimento da projeção do PIB. Entre eles está a queda da renda real, reduzida pela inflação interna alta, e os juros altos, que arrefecem a aquisição de bens duráveis como automóveis e eletrodomésticos. “Temos um desafio, cada vez mais difícil, de enfrentar inflação alta com baixo crescimento”, explicou o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

Entre os tipos industriais mais impactados está o da indústria de transformação, que produz bens finais ao consumidor. O PIB do setor deve encerrar 2022 com uma queda de 2%, contra um aumento de 3,4% no último ano. Tanto o impasse na obtenção de insumos e matérias-primas como a retração no consumo são os principais problemas, aponta a CNI. Ao final de 2021, a expectativa da entidade era de um crescimento de 0,5% para a indústria da transformação 2022. Neste momento, a Confederação prevê queda de 25%.

Uma das poucas favorecidas pelo contexto internacional tende a ser a indústria extrativa, que por conta da elevação nos preços de produtos como petróleo e minério de ferro deve encerrar 2022 com expansão de 2%, menor ainda do que os 3% vistos em 2021.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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