Foto: gustavomellossa/Freepik
Após aumento na taxa de juros, o Brasil tornou-se novamente o líder no levantamento das maiores taxas mundiais de juros reais, segundo ranking compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.
O Brasil já havia aparecido no primeiro lugar do ranking em outubro do ano passado. Contudo, no último mês de 2021, foi superado pela Turquia, que hoje se encontra na 8ª posição.
Tal liderança, que não reflete uma situação favorável para a economia do país, foi retomada pelo Brasil após a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A entidade decidiu aumentar, pela oitava vez consecutiva, a taxa básica de juros do país, que chegou ao patamar de 10,75% ao ano nesta quarta-feira (2), após elevação de 1,5 ponto percentual.
Com o reajuste da Selic, os juros reais, que desconsideram o efeito da inflação, chegaram a 6,41% ao ano. A taxa de juros real é calculada com abatimento da inflação estimada para os próximos 12 meses, sendo apontada como uma medida mais acertada para comparação com outros países. Nesse ranking, o Brasil é seguido pela Rússia (4,61%), Colômbia (3,02%), Chile (2,09%) e México (1,99%).
Considerando, no entanto, os juros nominais, que não consideram a inflação, a taxa brasileira alcançou a terceira posição, atrás de Argentina (40%) e Turquia (14%). Seguindo o Brasil estão a Rússia (8,50%), na quarta posição, e o México (5,50%), na quinta.
Para o economista-chefe do Denarius, Samuel Durso, uma das principais consequências da alta dos juros é a desaceleração econômica, que deve ser percebida já no curto prazo. “A economia brasileira ainda não se recuperou totalmente dos efeitos da pandemia provocada pela Covid-19. Assim, a elevação dos juros nesse momento pode ser um balde de água fria para o nosso PIB, que pelas projeções de alguns analistas pode ter em 2022 um resultado inferior ao de 2021”.
Contato: [email protected]