Brasil deixa cenário de recessão técnica e PIB sobe 4,6% em 2021

Foto: @rafastockbr/Freepik

No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encerrou o ano com avanço de 4,6%. O País também saiu da recessão técnica no 4º trimestre, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre os valores correntes, o PIB registrou R$ 8,7 trilhões em 2021.

O número apresentado veio conforme o esperado pelo mercado e traz alívio ao sucede uma queda histórica de 3,9% com o início da pandemia em 2020. A aceleração da economia brasileira em 2021 foi influenciada principalmente pela retomada do setor de serviços, enquanto ocorria uma evolução da vacinação e flexibilização das medidas de restrição para controlar o alastramento do coronavírus. “Com o resultado positivo do último trimestre, o Brasil sai oficialmente da recessão técnica.  Este resultado é importante, pois mostra uma leve recuperação da economia com a evolução do processo de vacinação”, explica Samuel Durso, economista-chefe do Denarius.

As áreas do PIB que mais se destacaram em 2021 foram, Serviços: 4,7%, Indústria 4,5%, Agropecuária: -0,2%, Consumo das famílias: 3,6%, Consumo do governo: 2%, Investimentos: 17,2%, Exportação: 5,8%, Importação: 12,4%, Construção civil: 9,7% e Comércio: 5,5%.

A elevação de 4,6% da economia em 2021 foi puxada principalmente pelas acelerações nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%), que juntos correspondem o equivalente a 90% do PIB do país. Em contramão, a agropecuária é um setor relevante e teve retração de 0,2%.

Em comparação com o 4º trimestre de 2020, o PIB cresceu 1,6%, o quarto aumento consecutivo, após quatro trimestres no campo negativo nesta comparação.

Mesmo com a elevação do PIB em 2021, a recuperação da economia brasileira ainda se mostrou desbalanceada e incompleta, com apenas parte dos segmentos retomando o patamar pré-pandemia. “Para 2022, contudo, o cenário ainda permanece desafiador. A elevação da taxa de juros dificulta o consumo e o investimento. O mercado estima que a Selic ainda não chegou ao seu patamar máximo, e novas elevações devem ser realizadas para frear a inflação do mercado que ainda deverá permanecer em crescimento no curto prazo”, aponta Durso.

Mesmo com a retomada em relação as perdas de 2020, os analistas sinalizam que para o ano o cenário é de estagflação. Em outras palavras, crescimento quase zero e inflação ainda alta, com a elevação da taxa de juros e as dúvidas causadas pela eleição presidencial e à guerra na Ucrânia colocando riscos adicionais ao PIB.

Segundo o economista-chefe do Denarius, novas incertezas emergem com a crise entre Rússia e Ucrânia. “Parceira comercial importante do Brasil, a economia russa deverá sofrer significativamente com as sanções impostas pelo ocidente, trazendo consequências para a nossa balança comercial. A guerra também deverá provocar um aumento nos preços de commodities importantes para o Brasil, em função da escassez provocada pela crise entre esses países produtores de petróleo e grãos. Com isso, novos choques nos preços do mercado interno poderão provocar uma nova onda de inflação, demandando uma política monetária ainda mais contracionista”.

Os economistas do mercado financeiro estimam atualmente um ligeiro avanço de apenas 0,30% do PIB em 2022, bem inferior à média global, e inflação de 5,60%. Para 2023, o mercado trabalha com a projeção de alta do PIB em 1,50%.

(Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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