BC mantém estimativa de avanço de 1% em 2022 e vê grande probabilidade de estouro da meta de inflação

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O Banco Central (BC) manteve a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano em 1%, mesmo patamar estimado no último mês do ano passado. Os dados estão no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (24/3) pelo órgão.

No último trimestre do ano, o relatório do BC já mencionava o aumento do resultado do PIB brasileiro e afirmava que era esperada a retomada da economia em fevereiro e março com a melhora da pandemia. “A surpresa observada no PIB do quarto trimestre e o resultado esperado para o primeiro trimestre favorecem a projeção de crescimento no ano”, informou o relatório.

Ainda assim, o Banco Central cita as incertezas com o conflito na Ucrânia e aponta que esse fator deve alavancar o crescimento da inflação e provocar uma queda sobre a atividade econômica em pouco tempo. Segundo o BC, o cenário de guerra causa uma pressão adicional aos preços das commodities, como trigo, milho, petróleo, gás natural.

A previsão do BC está abaixo da do governo federal, que projeta avanço de 1,5% para o PIB este ano, enquanto o mercado, segundo o Focus desta semana, tem a expectativa de que a economia suba 0,5% neste ano.

No relatório, o BC trouxe também a elevação de 4,7% para 7,1% na estimativa de inflação para este ano, baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Desta forma, a instituição admitiu que a meta de inflação deve ser ultrapassada pelo segundo ano consecutivo em 2022.

A meta definida para a inflação deste ano é de 3,5%, sendo considerada cumprida caso varie dentro de uma margem de 1,5 p.p, ou seja, entre 2% e 5%. A probabilidade de “estouro” da meta é de 88% a 97%, calculou o banco.

A expectativa do mercado, segundo o Focus, para o IPCA, indicador oficial da inflação, no final deste ano é de 6,59%.

Também foi informado pelo BC que foi aumentada de US$ 52 bilhões para US$ 83 bilhões sua projeção para o superávit da balança comercial neste ano. Caso realmente aconteça, será novo recorde histórico para o saldo da balança comercial.

Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)

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