Após crescimento econômico moderado dos EUA causado pela pandemia, economistas esperam reaceleração neste verão

Foto: Simone Fontana/flickr

Por Cruz Daniel Lopez

A variante Delta do coronavírus pareceu moderar o crescimento econômico dos Estados Unidos neste verão, mas os economistas esperam que a recuperação da pandemia reacelere à medida em que a circulação do vírus diminui.

Nas últimas semanas, muitos especialistas reduziram suas previsões para o crescimento econômico do terceiro trimestre, em grande parte porque os consumidores desaceleraram os gastos com refeições, hotéis e passagens aéreas em meio à disseminação da cepa. Esse cenário tem sido reforçado pelas contínuas restrições de oferta – incluindo escassez de produtos e trabalhadores – que têm sido mais severas do que muitos anteciparam, contribuindo para a inflação e para o rebaixamento nas expectativas de crescimento. Embora as restrições tenham persistido – como os backups nos portos norte-americanos e a interrupção na cadeia de produção no exterior -, o Federal Reserve e os economistas esperam sua eventual diminuição.

O atual aumento da inflação é, na verdade, consequência de restrições de oferta frente a uma demanda muito forte. E isso tudo está associado à reabertura da economia, que é um processo que terá começo, meio e fim. Enquanto muitos economistas reduziram as previsões de crescimento Para o terceiro trimestre, eles aumentaram as previsões para o próximo ano, indicando que alguns gastos e produção foram atrasados pelo aumento da circulação da variante Delta, e não perdidos na cadeia Produtiva.

 Prazo da Dívida Nacional

Os EUA podem estar a poucas Semanas de dar o calote em sua dívida pela primeira vez. O limite da dívida de US$ 28,4 trilhões foi restabelecido em 1º de agosto. Desde então, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, tem mantido as finanças do país à tona usando manobras contábeis de emergência.

Conhecidas como “medidas extraordinárias”, essas etapas permitem ao governo tomar empréstimos adicionais sem violar o teto da dívida. Mas Yellen alertou os legisladores nesta semana que se o Congresso não aumentar ou suspender o teto da dívida, o governo federal esgotará essas medidas extraordinárias até 18 de outubro – um prazo fixo não baseado na ciência exata. Em outras palavras, os EUA poderiam atingir o teto da dívida dias antes ou depois desta data. O problema é que estabelecer um dia com precisão incomumente difícil, porque há ainda mais peças móveis do que durante os confrontos anteriores do teto da dívida.

Além dos desembolsos usuais para itens como Seguro Social, Medicare e contratos de defesa, o Tesouro está fazendo grandes pagamentos para assistência às vítimas da covid-19. Ao mesmo tempo, a receita tributária tem sido mais volátil devido ao impacto da pandemia. Como na maioria dos países, a economia dos EUA está enfrentando interrupções na cadeia de abastecimento devido à crise sanitária. Mas a perturbação econômica em muitas partes do país foi acentuada à medida que a variante Delta se espalhou, especialmente entre as pessoas que hesitam em tomar vacinas.

 Bolsa de Valores de Nova Iorque

O S&P 500 encerrou setembro com queda de 4,8%, sua primeira queda mensal desde janeiro e a maior desde março de 2020. Depois de subir de forma constante durante grande parte do ano, o mercado de ações tornouse instável nas últimas semanas com a disseminação da variante delta, aumentando os rendimentos dos títulos de longo prazo e a promessa de que o Federal Reserve pode retirar as medidas de estímulo à economia. Nas últimas semanas, dados econômicos revelaram que a variante delta prejudicou os gastos do consumidor e a recuperação do mercado de trabalho.

O Departamento de Trabalho informou que os pedidos de desemprego aumentaram pela terceira semana consecutiva e foram maiores do que os economistas esperavam. O Departamento de Comércio elevou sua estimativa de crescimento econômico durante o segundo trimestre para 6,7%, que foi ligeiramente melhor do que os economistas esperavam, mas estima que o crescimento desacelere para 5,5% durante o terceiro trimestre. A inflação é outro motivo de preocupação. Uma ampla gama de empresas emitiu avisos sobre o impacto do aumento dos preços em suas finanças. Sherwin-Williams e Nike estão entre as muitas companhias que alertaram os investidores sobre os problemas da cadeia de suprimentos, custos mais altos das matérias-primas e questões trabalhistas.

Os investidores ainda estão tentando avaliar se essas questões são temporárias e parte da recuperação econômica ou se podem durar mais do que o esperado. A próxima rodada de relatórios de lucros corporativos pode lançar luz sobre como as empresas estão lidando com esses problemas. O S&P 500 e o Dow apresentaram queda na última semana, já que as preocupações com o crescimento econômico e uma possível paralisação do governo fizeram Wall Street registrar forte queda mensal, enquanto as perdas da Nasdaq foram mitigadas por importantes ações de tecnologia.

Uma série de dados econômicos mistos estimulou grandes oscilações nos mercados, à medida que os investidores avaliavam uma leve revisão para cima no crescimento econômico dos EUA no segundo trimestre. Todos os principais índices estão preparados para reportar quedas mensais acentuadas, com o S&P 500 em curso para quebrar sua sequência de sete meses em alta. Isso é somado às preocupações com a alta de preços, consequência do default potencial da China Evergrande e de disputas sobre o teto da dívida do país.

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