A Importância da Adaptação Climática

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Por Felipe Bismarchi

Vivemos neste feriado de Carnaval uma tragédia no litoral norte de São Paulo, com o que chamamos de extremos climáticos, no caso paulista uma quantidade enorme de chuva num curto prazo de tempo sobrecarregando a infraestrutura, em alguns lugares precária, levando às consequências mortais que ainda estamos contando. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul quase 200 cidades estão em estado de emergência devido às secas.

A discussão sobre as mudanças climáticas (aceleradas pela ação humana) e os riscos vinculados à ela frequentemente se classificam em dois tipos: mitigação e adaptação. A mitigação trata de todas as iniciativas para reduzir e/ou eliminar a emissão de gases de efeito estufa que intensificam o aquecimento global e as diversas mudanças climáticas atreladas. Já a adaptação contempla as iniciativas voltadas para adequar as estruturas humanas urbanas e rurais para condições climáticas alteradas em comparação ao que vivemos por séculos de estabilidade. Preparar regiões para eventos extemos de grandes volumes de chuva em curto período ou grandes períodos de seca, além de baixíssimas ou elevadíssimas temperaturas (como temos visto no hemisfério norte, por exemplo) são exemplos de ações de adaptação.

Temos no Brasil, desde 2011, o CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) que possui, entre diversas outras ações, estudos e recomendações sobre adaptação a estes eventos e que mapeou junto com o Instituto Geológico, 1038 municípios com áreas de risco que, podemos até não saber com alto grau de certeza onde ocorrerá a próxima “tragédia” mas há altas chances de ser em uma destas regiões, ou seja, não é tão incerto quanto se pensa. É fundamental acelerarmos a disseminação, o investimento e a discussão nas Escolas de Negócios e nas Empresas sobre a Adaptação Climática pois ela afeta todas as cadeias produtivas além, claro, de todas as pessoas nestas regiões. Você já parou para pensar e já incluir o Clima e todas as mudanças que estamos gerando coletivamente nele em seu planejamento? Já identificou as “áreas de risco” da sua organização e as pessoas nela mais expostas a estes riscos e desenvolveu iniciativas de adaptação e mitigação? O que foi pensado de ação coletiva por parte da sua organização para catalisar a partir do seu lugar de operação o movimento global de combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas? Caso queira conhecer mais sobre Eventos Extremos, veja: Eventos extremos | Observatório de Clima e Saúde (fiocruz.br)