A economia deverá crescer somente na metade de 2022

Foto: volody10/Freepik

A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para o próximo ano é bem inferior da média mundial, que deve ser de 4,5%. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), grupo do qual o Brasil deseja participar, encolheu de 2,3% para 1,4% a previsão do indicador brasileiro.

O crescimento trimestral da maioria dos países tem sido diferente do esperado incialmente, devido às novas ondas de contaminação de Covid-19 e as medidas de restrição necessárias para a sua evolução. A expectativa da organização é de que somente no segundo semestre de 2022 a economia doméstica tenha forças para começar um processo de recuperação mais forte. Para Samuel Durso, economista-chefe do Denarius, “ainda existem muitas incertezas sobre os efeitos das novas cepas, como a Ômicron, para a economia internacional. O que temos visto é que países com uma melhor cobertura vacinal têm apresentado melhores resultados para o retorno mais abrangente do mercado”.

A queda na taxa de crescimento da economia brasileira já é evidente em 2021 e deverá seguir até meados de 2022, enquanto a inflação se mantiver elevada, demandando do Banco Central (BC) a condução de uma política monetária contracionista. A projeção da volta de crescimento deverá acontecer progressivamente na segunda metade do ano do ano que vem, quando, aos poucos, a oferta e as cadeias de distribuição possam se adequar à demanda, reduzindo a pressão nos preços. Nesse cenário, espera-se que a confiança tanto dos consumidores como das empresas volte a subir.

A previsão da OCDE para a sequência dos juros domésticos é de que o BC continue a elevar a taxa de referência nos próximos meses até que a inflação recue. “Até o momento, a elevação da Selic não tem sido capaz de conter a inflação, em partes, pelos problemas de oferta que tem sido verificada para alguns produtos fundamentais na cadeia de suprimentos”, ressalta Durso. 

Outra avaliação feita pela organização é de que gastos públicos mais eficientes podem projetar um aumento na economia brasileira. Já mudanças que influenciem o teto de gastos e o quadro fiscal no país podem gerar dúvidas e criar incerteza quanto à gestão das finanças públicas a longo prazo. Caso isso realmente aconteça, a inflação pode continuar por mais tempo do que o esperado.

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