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Cerca de 40% das famílias brasileiras apontaram que a renda caiu nos primeiros três meses deste ano, informou a pesquisa da empresa de dados TransUnion. A retração foi influenciada principalmente por perda de emprego ou diminuição de salários.
As famílias de baixa renda foram as mais afetadas. Entre pessoas que ganham até R$ 1 mil, 53% relataram que o orçamento familiar retraiu neste período. O percentual foi significativamente menor para as famílias com renda mais elevada: foi de 35% para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por mês, e de 24% para as famílias com renda superior a R$ 10 mil.
Devido ao aperto, a maioria dos entrevistados (77%) declarou que tem dúvidas se conseguirá pagar as contas integralmente, como as de manutenção de casa e empréstimos. Sobre as pessoas que perderam renda, 60% relataram que não conseguiriam pagar pelo menos uma das contas atuais.
As dificuldades financeiras dos brasileiros foram muito influenciadas pela pandemia, mas também pelo crescimento da inflação e da taxa básica de juros do país, e tem levado a uma reorganização dos gastos, analisa Claudio Pasqualin, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da TransUnion Brasil.
Os aumentos de salários e de oportunidades de negócios são inferiores às diminuições e demissões. Por exemplo: enquanto 24% dos entrevistados informaram que alguém em casa perdeu o emprego e 22% teve algum familiar com salário encolhido, apenas 13% disseram que alguém de casa iniciou um novo negócio, 11% teve avanço salarial e somente 7% conseguiu emprego no período.
Jantar fora, viajar e pagar ingressos de shows e cinema não está sendo algo frequente para quase metade dos brasileiros: 49% das pessoas entrevistadas vão ter que reduzir esses gastos extras para que o salário dure até o fim do mês.
Grande parte (43%) também projeta cortes em compras caras, como eletrodomésticos e carros, e no varejo (com roupas e eletrônicos) nos próximos três meses.
Além da retração da renda, a inflação também pesou no comportamento de 84% dos entrevistados. O crescimento dos juros também impactou as decisões sobre empréstimos e financiamentos. Mais da metade das pessoas entrevistadas (56%) apontou que a elevação das taxas de juros teve um grande impacto sobre a decisão de solicitar crédito nos próximos 12 meses.
Entretanto, o crédito foi apontado pela maioria das pessoas (91%) como um acelerador do alcance de metas financeiras. Porém somente 45% afirmou que atualmente têm acesso a uma quantia suficiente.
Redação: Victor Boscato – Supervisionado por: Fernanda Zambianco)
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